Sento-me com os olhos inxados,
cansados, decepcionados.
Mais uma vez pego o que vai me trazer dor,
a gentil dor;
aliviar o vazio,
ignorar o frio
Penso no que estou me tornando,
me torturando,
me fuzilando
Lembro-me então de quando éra doce,
de quando éra bom,
quando éra secreto,
incerto
E então me deparo com o liquido vermelho
que vem de minha pele,
cada vez mais agressivo,
mais violento,
mais sozinho.
Acordo do pensamento frustrante.
Agora sim,
bebo a infância,
trago a inocencia,
corto-me os pulsos,
e esqueço a distância.